Via : Endeavor

Publicado: sexta-feira, 26 agosto, 2016 às 19:58
circuito_startup_2
Uma em cada quato startups fecha as portas no primeiro ano

Não basta todas as dificuldades para gerir uma startup, o empreendedor brasileiro corre todos os dias para religar seus “disjuntores” e continuar fazendo o sonho acontecer. Manter constantemente o ânimo da equipe, impostos altos, falta de ética dos sócios e parceiros, correria na busca de investidores, contas que vencem, dívidas que tem seus valores renegociados com mais juros, estão entre os fatores que podem cortar a corrente do sucesso para sempre.

Um estudo publicado pela Fundação Dom Cabral (FDC) mostra que 1 a cada 4 startups fecha as portas no primeiro ano, e a taxa aumenta para 50% em até 4 anos. Embora esses números se assemelham ao mundo dos tradicionais negócios, as startups possuem gestores com maior nível de formação acadêmica, negócios de maior potencial de atratividade de investidores, maior facilidade de reverberação de sua comunicação, que supostamente deveria reduzir a mortalidade. Mas a realidade é essa ou muitas vezes mais cruel.

Mas como colocar proteção para que os “disjuntores” caiam cada vez menos?

O estudo da FDC aponta que: 1. número de sócios; 2.volume de capital investido e 3.local de instalação, são os principais fatores que mal gerenciados podem ser responsáveis pela mortalidade das startups no Brasil.

  • Não durma com o inimigo

Quanto menos sócios, melhor. Descreve o estudo que cada novo sócio que o fundador agregar, aumenta a chance de descontinuidade do negócio em 1,24 vezes. Obviamente que existem startups que contrariam essa conclusão como é o caso do Facebook que, tendo inicialmente 5 sócios, decolou depois de muito embate interno,  tornando-se uma das empresas mais valiosas do mundo.

Observando as 10 maiores startups em valor no mundo o número médio de sócios é de 2. Algumas empresas como Dropbox e Xiaomi de são fundadores solitários, que o valor de mercado supera fácil a casa do bilhão de dólar.

Quanto mais sócios na startup, mais chances de desentendimentos e frustrações de expectativas ocorrerem. Procure se unir a quem tem uma história em comum, a quem você já tem experiência com o histórico emocional.

Às vezes, as competências necessárias para montar o time de projeto da startup podem ser complicadas de achar, mas os entraves na hora de gerir são menores do que um desentendimento de sócio. Um sócio é um casamento sem volta. Na separação, pode acabar na tesouraria.

  • Antes de vender, mantenha um escorpião no bolso

Se o valor de capital investido antes das vendas for suficiente para um período entre 2 a 12 meses, a startup se torna suscetível a quebrar 3,2 vezes mais do que aquelas que tem dinheiro apenas para 1 mês. O número diminui para 2,5 vezes mais para aquelas startups que tem dinheiro para sobreviver mais de 1 ano.

A REALIDADE MOSTRA QUE A ECONOMIA DE RECURSOS PRÓPRIOS NA FASE DE CRIAÇÃO DA STARTUP É FUNDAMENTAL PARA A SOBREVIVÊNCIA.

Roger Bertrand fundou sozinho a startup Helpbell, em 2014. A empresa produz dispositivos de aviso automático em caso de acidentes com idosos e um equipamento de posologia para manutenção e garantia de tratamento médico. A startup tem 18 meses de vida e os recursos de capital próprio foram economizados para chegar na fase de vendas com um pouco de fôlego.

Assim como Roger, diversos empreendedores tornam a estrutura bastante enxuta ao escolher inicialmente a estratégia de bootstraping, ou seja, investir com capital próprio. A busca por investidores pode se tornar consequência depois de obter sucesso no produto mínimo viável.

Responsáveis por 95% do total do volume de investimentos em startup nos Estados Unidos, as economias dos fundadores e o apoio de amigos e família são as maiores fontes de financiamento, responsáveis pelo surgimento de aproximadamente 565 mil startups por mês. Ou seja, o empreendedor de sucesso que captará dinheiro de investidores é uma ínfima minoria, portanto: os recursos que obtiverem no início devem ser gerenciados em plena sintonia para que não caia o “disjuntor”.

  • Muitas vezes a tribo é melhor

O local de instalação mais fértil para desenvolver uma startup é uma aceleradora, incubadora ou parque tecnológico. A chance do “disjuntor” cair sobe 3,4 vezes em relação às startups que se instalam em escritórios alugados ou próprios. O circuito de aprendizagem é o fator principal em relação aos ambientes próprios de empreendedorismo, o qual é acionado pela convivência com empresas e pessoas que já passaram por várias dificuldades e podem compartilhar facilidades.

A definição de incubadora é “um ambiente institucionalizado que assiste e permite empresas startups e ideias de negócio crescerem”. O conceito de aceleradora surgiu após a bolha da Internet no anos 90 e apresenta as seguintes diferenças que uma incubadora geralmente não provê:

  1. Existe uma limitação de tempo para a startup permanecer até se desenvolver;
  2. Existe oferta de fundos pré-sementes (pre-seed money);
  3. Existe a disponibilidade de mentores experientes em orientar a startup em seu desenvolvimento.

Nem todas as startup necessitam ou tem a ambição de se instalar em uma aceleradora, mas as chances de sucesso aumentam porque há contato com rápido aprendizado, reduzindo muitos passos e os riscos vigentes.

Selecione bem o local de sua startup. Se aceleradora não aceitou seu projeto, não desista. Tente novamente. Busque alternativas em outras cidades. Lance a sorte em outros locais onde sente que a acolhida ao seu projeto pode ser melhor.

Portanto, cuide de proteger o circuito de sua startup para que não caia o disjuntor. O empreendedorismo apresenta alguns aprendizados que são semelhantes não importa onde a startup esteja inserida.

 

Três dicas para o circuito de sucesso de sua startup

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *