Via : Revista PEGN

Publicado: quinta-feira, 8 novembro, 2018 às 15:05
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Sua avaliação responde a duas perguntas que os testes não conseguem: em que a pessoa é capaz de trabalhar e para quando

O sonho de qualquer empreendedor e gestor é ter as pessoas certas no lugar certo porque isto aumenta a eficiência da gestão, evita retrabalhos e erros, permite que se aproveite as oportunidades e que se antecipe aos problemas. Mas como conseguir isto?

Elliott Jaques, um canadense com doutorado em Harvard, criou um “algoritmo” para entender a capacidade de trabalho de uma pessoa que permite, inclusive, projetar a capacidade futura a partir de avaliações que alcançam 95% de assertividade.

Isto significa que a avaliação tem grande probabilidade de acertar se diz que a pessoa está apta ou não ao trabalho. Mas se isto é verdade, por que o seu trabalho não é mais conhecido?

Ao longo de quase cinco décadas de pesquisa, Jaques colecionou uma enorme base de dados, mas também muitos desafetos. Ele rompeu com diversos paradigmas e nem sempre se preocupou em convencer seus críticos. Esta foi a conclusão de uma reportagem da revista “The Economist”, que o considerou um guru da estratégia.

Em que o trabalho de Jaques é diferente de testes de perfil usados pelos profissionais de recursos humanos?

Sua avaliação responde a duas perguntas que os testes não conseguem: em que a pessoa é capaz de trabalhar e para quando. A primeira diz respeito a capacidade cognitiva de uma pessoa que permite a ela lidar com problemas mais complexos – é também uma medida de criatividade, de resolver situações pensando “fora da caixa”. A segunda responde se a pessoa está pronta hoje ou quanto tempo ela ainda demandará para assumir um desafio maior.

O que acontece se erramos em alinhar a capacidade da pessoa com o desafio? A pessoa que tem um desafio maior do que a sua capacidade se sente pressionada, tende a gastar tempo e energia com justificativas em vez de resolver o problema. Com o tempo a pessoa vai querer vender o negócio ou pedir demissão – ou esperar pelo desligamento! O inverso também é prejudicial: a pessoa fica desmotivada quando tem menos desafios do que a sua capacidade.

O que acontece se erramos no “quando”? Jaques mostrou que as pessoas aumentam a sua capacidade cognitiva na medida que ficam mais velhas e, surpreendentemente, não depende de formação, tipo de trabalho, experiência nem de qualquer outro estímulo externo – este foi um dos paradigmas que Jaques rompeu!

Tudo indica que isto vem programado no nosso DNA e o respeito à curva de progresso de cada um é a chave para que uma pessoa possa se desenvolver plenamente. Na academia de ginástica, é comum colocar um peso maior do que pessoa é capaz de suportar para criar músculos. No desenvolvimento de pessoas, entretanto, não é assim. Tem que ser o peso certo no tempo certo.

Por fim, uma dica. Eu comecei este texto mencionando o sonho do empreendedor e gestor. Vale registrar que o sonho de qualquer pessoa é ser reconhecido pelo que ela é capaz de fazer, nem a mais, nem a menos. É com esta frase adaptada de Elliot Jaques que finalizo este texto, convidando você para ler artigo que publicarei em breve e que explica, em maiores detalhes, a capacidade cognitiva.

*Fabio Matuoka Mizumoto é professor da FGV e sócio da consultoria Markestrat

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